sexta-feira, 28 de junho de 2013

Tchau, Aggieland

Hoje foi dia de dizer bye para College Station e para a minha vidinha dos últimos cinco meses e meio.

Liberando o apê
Minhas mãos, especialmente minhas unhas, estão péssimas, mas venci a faxina. Venci e sobrei, porque me esmerei pra deixar tudo bem limpinho achando que podiam complicar com alguma coisa, pois o contrato dizia que se algo não "estivesse do agrado" eu seria cobrada pelo serviço, mas a inspeção hoje de manhã foi simplérrima, ela só deu uma olhada geral e disse que estava tudo ok...

Antes disso, me livrei (parece uma expressão meio forte, mas é bem isso) de tudo que tinha no apê. Eu não tinha muita coisa, mas mesmo assim deu trabalho. Algumas coisas doei para o Goodwill - que é uma instituição beneficente que recebe doações e revende para usar o dinheiro para caridade (tipo o nosso Mensageiros da Caridade). Mas nem todo tipo de coisa eles recebem e dependendo das condições em que se encontra, não aceitam... A TV um brasileiro ficou, a cadeira de escritório, outro. Sobrou a mesa que meu orientador emprestou e não conseguiu ir buscar e o colchão.

O contrato diz que não é permitido deixar nada no apê nem jogar no lixo do condomínio, tais ações estariam sujeitas à multa. Como eu não abro a mão nem me afogando (mentira, hoje dei uma boa gorjeta pro taxista que me levou a tempo pra pegar o bus e me ajudou com as pesadíssimas bagagens), não queria correr o risco. Mas enfim, corri o risco, não tinha o que fazer. Ontem bem tarde deixei a mesa do lado do lixo (pra ver se alguém se interessa e pega) e hoje cedinho, botei o colchão no lixo (sim, os lixos são bem grandes). E ainda fui e coloquei num lixo que não é o mais perto do meu apê para não "suspeitarem" de mim, e olha que o colchão era pesado... Fiz tudo certo, menos contar isso aqui.

Enfim, operação apartamento: ok

Que mala essa tal de bagagem
Fazer minhas coisas todas caberem na minha bagagem eu sabia que seria um desafio. E claro que foi. Mas deu. Felizmente, a mochilona de trilha do Charles me surpreendeu positivamente. Cada hora descobria um bolso novo, que achava que não ajudaria muito porque a mochila já estava cheia, mas os espaços brotavam. Eu já estava preparando o desapego, mas tive que ir um pouco mais longe. Queria ter levado de volta a toalha que trouxe, mas não era essencial e não deu espaço. Alguns produtos de beleza que estavam no final também foram fazer companhia pro colchão. Mas o copo de louça com tampa que eu tanto gostava eu fiz questão de trazer, assim como a capa da almofada texana que eu usava em CS.

Claro que no final ficou pesando uma tonelada. Eu só consegui fazer pequenos deslocamentos com ela, e quando coloquei nas costas, quase caí pra trás. Mas fazia uma cara de "meu Deus, e agora, o que faço?" e alguém se oferecia pra me ajudar. Isso não é muito feminista, a gente tem por princípio ser independente e não ser "protegida" pelos homens. Porém, certamente questão de força não é algo cultural... embora nem todo homem seja forte e nem toda mulher seja fraca. Eu não sou fraca, carreguei o colchão até o lixo mais longe por questão de estratégia... Espero que a mochila do Charles esteja leve, pra gente distribuir o peso. Afinal, tem muita estrada pela frente.

Operação "precisa caber tudo": ok

Orientador, superstição e esquilos
Na minha ida quarta-feira ao campus, me despedi (internamente) da universidade, achava que seria minha última ida lá. Mas depois que voltei do campus pra casa, eu e o meu orientador marcamos de almoçar na A&M na quinta. Fui lá admirar mais um pouco os esquilinhos fofos.

Na suposta última ida, afortunadamente estava passando pela estátua do Ross e lembrei que não podia deixar de colocar um penny para ter sorte na tese! (post em que falo das tradições da Aggieland aqui). Na ocasião desse post sobre as tradições, escrevi: "Vou deixar umas muitas moedinhas lá antes de ir embora para ter sorte na tese!". Deixei quatro, mais que isso é desperdício...

Sucesso garantido na tese.
O Teco manda "bye, bye!"

Na última ida, de fato, tive mais um agradável almoço com o orientador "estrangeiro". Depois, não deixei de tirar uma foto com ele para registrar a parceria :) . E para a alegria dessa jovem acadêmica, estou como coautora de um artigo escrito por ele e por um professor da Texas University at Austin submetido para uma revista internacional. Precisam aceitar, e a avaliação costuma demorar a sair. Aconteceu que, como o artigo falava de TV brasileira, ele me pediu para ler e opinar. Ele gostou dos meus comentários e perguntou se eu gostaria de desenvolver os pontos que destaquei e assinar o artigo com eles. Claro neam? 

Adorei mais ainda porque a professora responsável pelos sanduíches no meu doutorado disse numa reunião com os doutorandos que não conhece nenhum aluno do curso que tenha publicado com o orientador do sanduíche (ela dizia para não criarmos expectativas em relação aos orientadores no exterior e a atenção que nos dariam). Lançado o desafio? Bom, recém foi submetido, e não tem garantia de sair na revista, mas pra mim já valeu.

Operação despedida do professor, dos esquilos e da estátua do Ross: ok.

Dando tchau para os brasileiros e a diversão de CS
Essa é parte mais divertida do tchau para Aggieland, for sure. Outra brasileira está indo embora em seguida e sugeriu que o pessoal fosse no boliche (na verdade, tem mais que boliche, é um centro de entretenimento) na quarta (ladies' nigth - muheres não pagam). O boliche estava legal, mas o ponto alto foi uma brincadeira que é tipo um paint ball com laser. Hein? Dividos em duas equipes, cinco ou seis em cada, vestimos um colete com um sensor e tínhamos uma arma de laser. O epaço era bem grande, com dois andares. Claro, ganhava a equipe que acertasse mais tiros nos adversários e sofresse menos. Meu time perdeu. Aí fomos para a revanche. Perdemos de novo. Apesar de eu ser competitiva, foi muito divertido. Ah, ninguém tem menos de 20 anos, mas tava todo mundo faceiro brincando.

E a segunda rodada da despedida foi ontem à noite (college night: universitários não pagam), num bar muito bacana . Eu fui em bares tipicamente texanos, e ja´tinha gostado, mas esse inclui dança. Adorei observar o pessoal dançando country, de bota e tudo, muito legal! Eu fiz vídeo, mas ficou muito escuro. O que mais gostei foi da dança em linha: primeiro, foi com música pop, todo mundo dançando igual, depois, com country, e daí eu não fiquei só olhando. Os passos são fáceis e dá para acompanhar a galera. Foi uma ótimo tchau pra Aggieland. Até o hino da universidade tocou lá pelas tantas (diz que sempre toca na college night, ou seja, toda quinta-feira), e todo mundo cantou e fez a "coreografia". 

Operação "nos vemos no Brasil, galera": ok 

E agora?
Agora estou em Dallas, depois de viajar quatro horas de ônibus de CS pra cá. Estranhamente, curti a viagem, estava ouvindo rádio no celular e tocou muita música boa, que meu gerou uma sensação feliz de estar viajando nos EUA... A minha preferida foi:


Está um calorão aqui, fez máxima de 40ºC graus hoje! E tá fresquinho. O telejornal só tá falando do tempo, porque está uma onda fortíssima de calor no oeste. Em Phoenix, fez 48ºC hoje! Com essa temperatura, aviões podem ser afetados, e as companhias aéreas estão monitorando os voos em cidades tão quentes. E no lugar mais quente do mundo (fui pesquisar e descobri que a temperatura mais alta já registrada no mundo foi lá: 57ºC), chamado, por algum motivo, de Death Valley, na Califórnia, deve fazer 53ºC amanhã, a temperatura mais alta do mundo nos últimos 100 anos! Bóo!

Neste momento, estou ar condicionadamente instalada no hotel, e ansiosa pra que chegue amanhã de manhã. Os leitores do blog sabem porque =)


*Agora começa a operação "Arriba! Viagem como o marido", então muito difícil eu postar algo pelos próximos 20 dias. É, a pausa também vai ajudar a preparar para o fim do blog... Mas eu volto pra contar das viagens, direto do Brasil!! Brasil esse que enfrenta a Espanha no domingo, quero só ver. Quer dizer, devo estar andando de montanha-russa na hora do jogo, nem vou ver.



2 comentários:

  1. Muito bom, Lili! Post ótemo!
    Parabéns pelo artigo, ou publí, como diria meu supervisor français... São uns queridos esses supervisores estrangeiros.
    Legal a despedida no buteco, ou seja lá como chama. Lembro que quando eu fui na Disney rolou uma dancinha dessas! Mas lógico que eu sou 17 vezes menos coordenada que tu! hehehehhe
    O desapego não é fácil mesmo... que bom que tá conseguindo levar tuas coisinhas!
    Beijomeliga!

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  2. uhuuu! muito bom! arriba e arriba! ehehehe. eu to no rio, tirando o visto! eita burocracia! boa sorte la no México!! abraço!

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