terça-feira, 28 de maio de 2013

Minissérie "A um mês do fim" - Primeiro capítulo: Coisas que sinto falta

Queridas e queridos, falta 1 mês! 1 mês para eu ir embora! Para chegar em casa ainda tem que colocar mais 20 dias nessa conta (20 dias de viagem, que já está com roteiro fechado e hotéis reservados!).

E para celebrar esse momento tão importante, inicio hoje uma série de dois posts (rá, tipo minissérie em dois capítulos. Nunca viram? Agora existe). E essa minissérie em dois capítulos vai ser composta da seguinte forma: "Coisas que eu sinto falta" e "Coisas que eu vou sentir falta". Esse segundo post começa a fazer sentido, porque sempre imaginei o momento de ir para a casa, porque sinto muita saudade e tal, mas agora começo a ver que vou sentir saudade daqui também.

Então, vou falar de "coisas" que sinto falta, não de pessoas (que é óbvio): lugares, sitações, comidas, objetos, enfim, o que não tenho/vivo aqui e, claro, sinto falta.

26 coisas que sinto falta

1) De ter ônibus para ir aos lugares a hora que eu quiser, ou táxis baratos e passando toda hora, como é em Porto Alegre. Aqui os táxis não demoram menos que 20 minutos pra chegar, e qualquer trecho é pelo menos 10 dólares. Por 20 reais, em Porto Alegre, dá pra ir num monte de lugar. 

2) De caminhar na rua (não literalmente, na calçada, né?), e isso ser normal. Aqui, como já falei lá no início, as pessoas não andam a pé, as vias são para os carros e um pouco para as bicicletas. É meio deprimente ser a única pessoa caminhando. Enfim, essa vida só dentro dos carros, como é aqui e na maior parte das cidades americanas, não acho legal.

3) Das árvores, especialmente da região do centro onde moro, destacando as ruas Fernando Machado, Duque de Caxias e Borges de Medeiros. Não é que aqui não haja árvores, mas elas estão em locais "específicos", como parques e o campus da universidade. Não tem árvores nas calçadas pra poder caminhar na sombra.

4) Falando em parques, da Rendenção (!) e do Guaíba. A Redenção era o quintal de casa no meu primeiro endereço em Poa, eu e a irmã íamos correr lá, tomar chimarrão nos dias de sol, uma delícia. Agora ainda moramos perto da Redenção, mas mais do Guaíba, que tem aquele pôr-do-sol tudo-de-bom. Ah, por sinal, comprei meus patins! Devem chegar amanhã. Daí vou estar preparada para entrar na onda do momento em Poa: patinar na orla do Guaíba - de acordo com minha fonte, a sister, que está com ciúmes porque também queria, mas não tenho como levar dois pares, porque é um trambolho, e, como sabem, vamos viajar antes de voltar pra casa, então quanto menos tralha, melhor.


Redenção :-)
Pôr-do-sol do Guaíba (Foto: Keli Camiloti)

5) De acompanhar os jogos da dupla Gre-Nal mesmo não estando com TV ou rádio ligados. Ou seja, da gritaria de gol e da função toda na cidade. Certamente na eliminação do Grêmio da Libertadores, esses dias, foi muito bem-vindo estar aqui "isolada". (Parênteses: mesmo sendo gremista, foi muito legal acompanhar o movimento da cidade na final da Libertadores de 2010, que teve o Inter como campeão... Porto Alegre respirava aquele jogo).

6) Da Cidade Baixa, e as saídas com amigos ou com o marido. College Station tem vários bares, e são legais (conheço poucos, mas os que conheço são legais). Aqui, Northgate, uma região perto da universidade, seria o equivalente (bem reduzido). Pra quem não é de Porto Alegre, Cidade Baixa é o bairro boêmio da cidade, cheio de bares. E o melhor é que vamos e voltamos a pé de casa, mesmo às 2h da manhã (com o Charles, sozinha já complica).

7) Das comidas do marido. Olha, eu tô melhorando na cozinha, sabe? Na verdade, não é a primeira vez na vida que preciso cozinhar, quando me mudei pra Porto Alegre e morava com a minha irmã, eu cozinhava pra mim, porque ela almoçava no trabalho durante a semana, e eu almoçava em casa. Resumindo, eu sei cozinhar, mas não fica gostoso, e se quero fazer algo melhor, levo uma canseira. Por isso, muito bom contar com um marido que faz comida boa e com praticidade.

8) Das comidas da Keli. Eram os dois que "me alimentavam". De quarta a sexta, a Keli, de sábado a terça, o Charles. E a Keli, apesar de mais nova que eu, aprendeu bem as "comidas de fora" com a mãe dela. Mesmo a comida mais simples era boa. Eu e a Milena adoramos. Por sinal, essa menininha querida faz três anos de idade hoje!! Ano passado eu fui na festinha dela na escolinha, e este ano fiquei só com o recado da mãe dela no Facebook dizendo que ia comer uns pasteizinhos, brigadeiros e bolo por mim. Que crueldade.

Feliz aniversário, Mi!
9) Ainda no quesito comida, dos lugares bons pra comer perto de casa, valendo destacar o famoso Tudo pelo Social e sua a la minuta por 12 reais que serve três pessoas (um homem e duas mulheres) e o McAurea, bem pertinho de casa e que faz a melhor maionese que existe.

10) De chegar em casa sábado às 7h, ser recebida simpaticamente pelos porteiros, e encontrar o marido. Não, eu não virava a noite na balada, muito pelo contrário, era a hora que eu chegava de viagem de Chapecó, depois da (mini) semana de trabalho. Da viagem eu não tenho saudade!! Mas de chegar em casa, sim.

11) De dar aula. Não sei quando isso vai acontecer de novo. Não comentei aqui, mas não vou voltar ao trabalho quando voltar pro Brasil, porque vou me dedicar apenas à tese no próximo semestre, o último do doutorado.

12) De receber ligação da mãe. Claro que o Skype substitui muito bem o telefone, às vezes até melhor, já que tem imagem, mas não é a mesma coisa. Liguei no dia das mães pra ela, rapidinho pra ver se ia cobrar além do plano diário. Cobrou um pouco a mais, mas pra falar bem pouquinho é viável. Ela ficou bem surpresa e faceira por eu estar ligando.

13) De visitar minha irmã e nos despedirmos com nosso tradicional "aparece, vizinha". Ela mora a uma escadaria da minha casa (como se fosse uma rua de distância, mas a ligação é por uma escadaria). Esse "aparece, vizinha" representa bem eu estar perto ou longe...

14) Dos churrascos porto-alegrenses em família, feito pelo Charles ou pelo tio Beto, ambos ótimos assadores. Churrascos sempre no capricho, também por causa das respectivas esposas.


Churrasco do assador Charles.

15) De esperar o Charles com o café da tarde pronto. Aqui, além de sempre comer sozinha, só tenho uma refeição "fixa", o almoço, de resto é uma bagunça.

16) Dos sucos naturais de abacaxi e morango. Aqui não tenho liquidificador, nem nenhum eletrodoméstico. Em casa temos tantos, que ganhamos de casamento.

17) De ir no mercado, a duas quadras de casa, a pé (e não precisando pegar dois ônibus pra ir e dois pra voltar). O HEB aqui é legal (pode até ser que ele apareça na lista de coisas que vou sentir falta, especialmente por causa dos preços, ainda mais se comparado ao Zaffari), mas o Zaffari tem sempre músicas boas e as propagandas mais lindas de Natal, e é tão pertinho.

18) De falar português na rua.

19) De participar de reuniões de pesquisa - Obitel, Geisc, Projeto Gênero. Pesquisa coletiva eu curto muito.


20) De tomar um bom chimarrão. A bomba que tenho aqui não é boa e meus mates são todos trancados. Ainda que tenho erva, no primeiro mês (até encontrar minha irmã), fiquei alimentando a vontade de tomar chimarrão. 

21) De pão de queijo.

22) De ter microondas em casa.

23) Dos programas de TV do domingo de manhã. Embora eu assistisse raramente, é bom saber que estavam lá à disposição. Exemplos: Globo Rural, Viola, minha viola, Sr. Brasil, Galpão Nativo. 

24) De estar a algumas horas de ônibus de Santa Maria, São Luiz Gonzaga e Bagé (e Caxias do Sul, Montenegro...).

25) Da ilusão de achar que ia voltar do sanduíche com o inglês 100%, inclusive a escrita.

26) De ter mais de um ano para concluir a tese =-[


Ih, essa lista não tem fim. Fechei em 26, pra ser um item por ano de vida (embora não tenha relação nenhuma com isso), e me detive a coisas da minha vida de antes de eu viajar (imagina se incluísse coisas que sinto falta de um passado mais ou menos distante...)


5 comentários:

  1. Destaques:
    5) A Libertadores do Inter! Rá! Deu o braço a torcer...
    13) Do "aparece, vizinha". Que também é relacionado ao item sequente de café da tarde, do qual muitas vezes fiz parte.
    23) Programas do domingo? Viola minha viola?? Sério?! Ou é só uma homenagem ao nosso pai e nossa saudosa vó?

    bjs

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    1. 5) Não tem como não admitir, foi muito massa!
      13) Saudade, vizinha!
      23) Haha. Sério! Sei lá, era bom saber que a Inezita tava lá com a típica música brasileira. Mas tem a ver com essas duas pessoas queridas tb. Bá, falando nisso, devia ter criado um item para o Raul Gil!!

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  2. Rsssss. Essas gurias... achei que ia rolar uma fotinho da big sis... mas tudo bem, estou trabalhando para ser menos ciumenta! Hahaha. Beijocas

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  3. Mas eu não escrevi que não ia falar de saudade de pessoas? Então. Só rolou foto da Mileninha pq ela tava de niver. Mas tu não é ciumenta, ou pelo menos trabalha bem pra não demonstrar. E vivo falando de ti por aqui, então nem teria porque ficar com ciúme...

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  4. ehehe, muito legal. bom, eu sou um nostálgico incorrigível, então, quando eu for já vou sentindo saudades das coisas daqui, e quando voltar, também sei que vou sentir saudaes das coisas dai... sou um eterno saudosista... mas você falou do clima da libertadores, mas eu preferiria lembrar do clima "mazembe" em 2010..eheueheuheu. e, espero, poder comemorar títulos do grêmio aí (porém, ai sim, vou sentir muuuuuita falta do RS e de Poa!). abraço e parabéns pelos textos!

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