sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O mundo como opção

Por que ir
Mas para que mesmo todo esse trabalho? Para alguns, viver em outro país e poder conhecer outra cultura (ainda mais financiado pelo governo) é motivo suficiente. Para mim, talvez já fosse suficiente. Mas além disso, a chance de aprimorar minha tese foi central. Além de ter contato com uma literatura nova e de ter a colaboração de um outro professor, poder me dedicar exclusivamente à tese por um semestre se tornou um sonho para mim no semestre em que estava preparando a qualificação. Trabalhar, ainda mais como professora, que toma tanto tempo, e desenvolver a tese ao mesmo tempo é muito complicado. 

Para onde ir
Foi com isso em vista que decidi para onde ir. No início, temos o mundo todo como opção, algo que gera alguma ansiedade para alguém indecisa como eu (ou que gosta de pesar muitos fatores na hora de decidir algo). Um primeiro fator que usei para limitar minha escolha foi a língua. Queria ir para um país de língua inglesa e sobre isso não tive muita dúvida. Das línguas que sei, gosto muito do espanhol, mas acho que o inglês é mais difícil e acaba sendo mais importante. O francês adoraria melhorar (muito), mas a França é fraca na minha área de estudo, então desconsiderei no início. Por outro lado, há outras limitações. Na minha área, Estudos Culturais, seria ótimo ir para a Inglaterra, mas eles cobram taxas que a Capes não cobre (estão em negociação, pelo que sei). Bom, resumindo, decidi que viria para os Estados Unidos.

"Com quem" ir
Pesquisei muuitas universidades e currículos de professores americanos. Mas o que ajudou mesmo foram as indicações das minhas "orientadoras" (Ana Carolina Escosteguy, Veneza Ronsini e Nilda Jacks), que são, por sinal The best of. Considerando as indicações,  decidi por um professor, Antonio La Pastina, que pesquisa bem na minha área (recepção, etnografia, gênero, classe, telenovela). Já tinha lido algumas coisas dele, mas não sabia que era brasileiro. Está aqui nos EUA há uns 25 anos (já sei que entrevistou muito o Lula nos anos 80, como jornalista em SP). Sem querer ser acomodada, mas achei e continuo achando muito bom ele ser brasileiro, facilitou muito - do aceite para ser meu coorientador até a ajuda com a minha instalação por aqui, incluindo as orientações que já tivemos. Os pesquisadores estrangeiros, sabemos, não têm muito conhecimento da bibliografia brasileira, e também, em geral, não têm conhecimento da cultura brasileira - por exemplo, a mídia e a distribuição das classes. E, afinal, tem tanta coisa pra passar trabalho, um facilitador não faz mal...

Para onde mesmo?


College Station fica a menos de duas 
horas de Houston (maior cidade do 
estado e quarta maior dos país) 
e de Austin, capital do Texas.

No início, achava que a Texas A & M University era em Austin, a capital do Texas. Já tinha pesquisado sobre a cidade, descoberto que é a "capital da música ao vivo", e estava achando muito legal. Como uma amiga de uma das minhas irmãs estudou aqui (minha irmã só sabia dizer que era no Texas), escrevi para ela sondando. Me senti como aquelas pessoas que pensariam que no Rio Grande do Sul só tem universidade em Porto Alegre. Perguntei como era a A&M e como era Austin. Ela me respondeu algo como: mas você vai para Austin ou para a A&M? As duas coisas não têm como. Bom, minha futura cidade de residência não seria Austin, mas College Station. Não vou negar que fiquei meio decepcionada. Mas me consolei pensando que quanto menos dispersão, melhor para os estudos.

...

Outros posts em que falei sobre o "caminho até o doutorado sanduíche" (só clicar) 
- O longo caminho até o doutorado sanduíche (o mais acessado do blog!)  

- Uma "blogueira" sofrendo de curiosidade

- Doutorado sanduíche: é bom saber 

 

3 comentários:

  1. É! O lado bom de estar em uma cidade pequena é somente a falta de dispersão mesmo! rss

    ResponderExcluir
  2. Pô, muito legal mesmo. Espero também poder realizar esse sonho. Fico louco pra viajar só de ler seus textos! abraço!

    ResponderExcluir